Estamos a celebrar os 50 anos do 25 de abril. Para ajudar a assinalar esta data aí por casa, deixamos aqui algumas sugestões. Boas leituras!
O Meu Primeiro 25 de Abril, de José Jorge Letria, com ilustrações de Hélder Teixeira Peleja, editora Dom Quixote
Este livro conta a história de um Abril muito especial que mudou a nossa História. Esse Abril, o do dia 25 e dos muitos que se lhe seguiram, pôs fim à guerra Colonial, à censura e aos muitos medos de todos os dias e todas as horas. O autor, que era jornalista e cantor, conta como viveu essas horas e esses dias com grande intensidade e emoção, aos leitores mais novos, que podem partilhá-la com os colegas de escola e com os amigos.
É uma história vivida, emocionante e única que deu a Portugal um prestígio mundial invejável. O autor desta história foi de tudo um pouco nesses dias, desde jornalista a cantor-político, ao lado de Zeca Afonso e de outros. Esta é também a história da sua emoção e alegria, que quase dava um filme. O livro conta a história e ela ganha um H maiúsculo porque se tornou mesmo História, com datas, grandes personagens e muitos sonhos para cumprir.
Este foi um Abril para nunca mais ser esquecido.
Avó, Onde é que Estavas no 25 de Abril?, de Ana Markl, com ilustrações de Christina Casnellie, editora Lilliput
O que sabes sobre o 25 de Abril? Está bem, é feriado. Mas o que mudou na nossa vida e porque é que há pessoas a passear com cravos nesse dia?
O curioso Manu está de volta e quer saber mais sobre este momento histórico, até porque planeia fazer a sua própria revolução. Mas, desta vez, precisa da ajuda de quem viveu esse tempo: a sua avó.
Junta-te ao Manu nesta viagem pela memória. Descobre, afinal, para que é que se fez o 25 de Abril. E não te esqueças de comer brócolos.
Vinte Cinco a Sete Vozes, de Alice Vieira, editora Caminho
Uma estudante universitária prepara um trabalho académico sobre a memória do 25 de Abril, 25 anos depois. Na fita do seu gravador vão entrando os mais diversos testemunhos, que revelam tanto sobre o fascismo e a revolução dos cravos como sobre a personalidade dos entrevistados.
Aquele Natal Inteiro e Limpo, de José Gardeazabal e ilustrações de Susana Matos, editora Kalandraka
Uma neta interroga o avô sobre o Natal, mas ele, perdido no labirinto da sua memória, começa a falar-lhe do fulgor de um Natal de há cinquenta anos, de um primeiro Natal, inteiro e limpo, em que os soldados e o povo saíram à rua e o dia foi de festa e flores… Apesar de estranhar a descrição desse dia, que mais se assemelha a uma revolução, a protagonista decide acreditar no avô: era Natal!
Com ilustrações nostálgicas e copiosamente detalhadas, esta é a história de uma família portuguesa e do seu Natal ‘revolucionário’, mas é também uma história coletiva, que Gardeazabal celebra aqui, através de uma narrativa sensível e plena de respeito pelo nosso passado e pelas figuras mais velhas que o mantêm vivo.
Em suma, uma subtil homenagem aos 50 anos da Revolução dos Cravos, a comemorar em 2024, e uma refinada evocação às reconhecidas palavras de Sophia Andresen: “Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo…”